Ao falar sobre nossas lutas e provações para lermos e compreendermos a Palavra de Deus, John Piper cita o texto a seguir sobre o exemplo das provações na vida de Lutero.
“Salmo 119:71: ´Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos´. A experiência de sofrer não somente requer uma aplicação dos estatutos de Deus, mas também oferece discernimento sobre esses estatutos. Martinho Lutero escreveu, talvez mais do que ninguém, sobre a necessidade de sofrimento em fazer de alguém um bom intérprete da Bíblia. Ele disse:
´Quero que você saiba como estudar teologia da maneira correta. Tendo eu mesmo praticado este método… Aqui você encontrará três regras. São propostas frequentemente no Salmo [119] e são estar: oratio, meditatio, tentatio (oração, meditação, provação)´.
E Lutero chamava as provações de ´critério´. Provações, ele escreveu, ´nos ensinam não somente a saber, mas também a experimentar quão correta, quão doce, quão amável, quão poderosa, quão reconfortante é a Palavra de Deus: sua sabedoria é suprema´. Ele mesmo provou o valor das provações, repetidas vezes, em sua própria experiência:
´Logo que a Palavra de Deus se torna conhecida de você, o Diabo o afligirá, fará de você um verdadeiro doutor e o ensinará, por suas tentações, a buscar e a amar a Palavra de Deus. No que diz respeito a mim mesmo… devo a meus papistas muitos agradecimentos por me atacarem, pressionarem e amedrontarem, pela fúria do Diabo, de tal modo que me tornei um teólogo razoavelmente bom, conduzindo-me a um alvo que eu nunca teria atingido´.
(…) Muito frequentemente, sou tentado a pensar que pressões, conflitos e frustrações são apenas distrações do negócio de estudar e entender. Lutero (e Salmo 119:71) nos ensina a ver tudo de outra maneira.
(PIPER, John. “Lendo a Bíblia de modo sobrenatural”. Editora Fiel, 2018, pp.498–500)