Citando aqui mais uma pequena reflexão de John Stott (1921-2011) em seu livro O Chamado Para Líderes Cristãos (Editora Cultura Cristã, 2018), ao falar sobre uma compreensão bíblica e saudável da igreja, a partir do texto de 1 Coríntios 3. Stott lembra que o apóstolo Paulo “desenvolve três imagens ou metáforas da igreja, cada uma possuindo importantes aplicações:
- A primeira é uma metáfora agrícola: “lavoura de Deus… sois vós” (9b).
- A segunda é uma metáfora arquitetônica: ” edifício de Deus sois vós” (9c).
- A terceira é uma metáfora eclesiástica: ” sois santuário de Deus” (16).
(…) Devemos nos lembrar sempre que a igreja é o santuário de Deus. Ela pode (segundo a nossa perspectiva) ser formada por pessoas sem instrução, pecadoras e sem atrativos. A congregação pode ser pequena e (como a igreja de Corinto) ser imatura e facciosa. Contudo, ela é a igreja de Deus (1:2), o local em que seu Espírito habita, e precisa ser tratada como tal.
(…) notamos o perfil tríplice e, de fato, trinitário, que Paulo confere à igreja, o que minimiza o papel dos seres humanos, especialmente dos líderes. O que mais importa sobre a igreja, Paulo insiste, é que como lavoura de Deus, ele mesmo provoca o seu crescimento; como edifício de Deus, Jesus Cristo é o seu único fundamento, e como santuário de Deus é o local em que o Espírito Santo habita. Essa é a visão abrangente do apóstolo em relação à igreja. Ela deve sua existência e seu crescimento a Deus Pai. É construída sobre o fundamento do Deus Filho. É habitada pelo Deus Espírito Santo. É uma comunidade única e trinitária. Não há no mundo nenhuma outra comunidade que, ainda que remotamente, se assemelhe à igreja.”
(STOTT, John, O chamado para líderes cristãos, ECC, 2ª ed., 2018, pp.62, 68)