Perseverança

Ao falar sobre perseverança refletindo sobre o salmo 129, Eugene Peterson escreve em seu livro “Uma longa obediência na mesma direção: discipulado numa sociedade instantênea” (Editora Cultura Cristã), publicado pela primeira vez em 1980:

“O povo de Deus é forte. Por longos séculos aqueles que pertencem ao mundo têm promovido guerra contra o caminho da fé, e eles não conseguem vencer. Já tentaram de tudo, mas nada funcionou. Tentaram perseguição, ridicularização, tortura e exílio, mas o caminho da fé continuou saudável e robusto: “Eles me chutaram por aí desde que eu era novo, mas nunca conseguiram me dominar” [Salmo 129:2 MSG]

“(…) E Paulo. Sua vida temerariamente lançada de adversidade a perseguição e de volta à adversidade. Em uma passagem ele olha para trás e resume:

Fui espancado vezes sem conta. Enfrentei a morte várias vezes. Fui açoitado pelos judeus as trinta e nove vezes regulamentares cinco vezes. Com varas me bateram três vezes. Fui apedrejado uma vez. Sofri naufrágio três vezes. Fiquei vinte e quatro horas no mar aberto. Em minhas viagens estive em perigo constante de rios, de bandidos, de meus próprios conterrâneos e de pagãos. Enfrentei perigo nas ruas de cidades, perigo no deserto, perigo em alto mar, perigo entre falsos cristãos. Já conheci trabalho enfadonho, exaustão, noites inteiras em claro, fome e sede, jejuns, frio e abandono às intempéries. À parte de todas as tribulações externas tenho o peso diário da responsabilidade por todas as igrejas. Pensam que alguém possa estar fraco e que eu não sinta sua fraqueza? Alguém tem sua fé desconcertada sem que eu me queime de indignação? (2Co.11:23-29 cf. trad. Phillips).

Nada disso teve poder para forçar Paulo a sair do seu percurso. Nada disso o convenceu de que ele estava no caminho errado. Nada disso o persuadiu de que tivesse feito a opção errada anos antes na Estrada de Damasco. No final de sua vida, entre as últimas palavras que ele escreveu está esta sentença: “Tenho meu olho na meta, onde Deus nos acena para irmos adiante – para Jesus. Já parti e estou correndo, e não olho para trás” (Fp. 3:13-14).

Apego. Perseverança. Paciência. O caminho da fé não é moda adotada em um século apenas para ser descartada no seguinte. Dura longo tempo. É o caminho que funciona. Já foi testado completamente.”

“(…) O caminho do mundo está salpicado de entusiasmos breves, como o capim naquele centímetro de solo, brotando tão maravilhoso e sem esforço, mas secando com a mesma rapidez. O caminho do mundo está marcado por propósitos orgulhosos que desafiam a Deus, mas que não estão atrelados à eternidade e, portanto são sem valor e fúteis.”

“(…) A realidade central para os cristãos é o compromisso pessoal, inalterável, perseverante que Deus faz conosco. A perseverança não é o resultado de nossa determinação, mas sim o resultado da fidelidade de Deus. Nós sobrevivemos no caminho da fé não porque temos resistência extraordinária, mas porque Deus fica junto de nós. O discipulado cristão é um processo de prestar cada vez mais atenção à justiça de Deus e cada vez menos atenção a nossa própria; encontrar o sentido de nossa vida não em examinar nossos estados de espírito e motivações e moralidades, e sim em crer na vontade e nos propósitos de Deus; fazer um mapa da fidelidade de Deus, não um gráfico da elevação e queda de nossos entusiasmos. É a partir desse tipo de realidade que nós adquirimos perseverança.”

(Eugene Peterson, in: “Uma longa obediência na mesma direção”, Editora Cultura Cristã, p.93-99)

Revestimento de poder

Em seu livro “Avivamento urgente”, o rev. Hernandes Dias Lopes, escrevendo em 1994, fala em um dos capítulos finais sobre “avivamento e revestimento de poder”. Alguns trechos a seguir para encorajá-lo hoje:

“Não há limitações em Deus. Ele pode tudo quanto ele quer. Ele é o Deus dos impossíveis.

Nós cremos no Deus dos milagres. O nosso Deus é imutável. É o mesmo sempre. Ele é o Deus que tem feito notório o seu nome pelos seus atos portentosos. Possui todo o poder e toda a autoridade no céu e na terra. O nosso Deus do nada tudo criou. Ele chama a existência as coisas que não existem. Lançou os fundamentos da terra e impôs limites aos mares. Espalhou os astros no firmamento e chama cada estrela pelo nome. Diante do seu infinito e incomensurável poder, todas as nações são como um pingo que cai de um balde, como um vácuo, como nada, como menos do que nada.

Precisamos avivar em nossa memória a supremacia singular do poder de Deus. Ele é o criador. É o sustentador. Ele é o transcendente, o imanente. Ele está além, está aquém, está ali, está aqui. Ele está no trono. Ele reina. Ele é todo-poderoso.

O nosso Deus é o mesmo que abriu o mar Vermelho; que fez brotar água da rocha; que sustentou o povo no deserto com maná; que fez o cume do Sinai fumegar com o fulgor da sua glória. É o mesmo que desbaratou as divindades do Egito com as dez pragas e venceu todos os inimigos de Israel. O nosso Deus é o mesmo Deus de Elias, Eliseu e Daniel. É o Deus que retém as chuvas e abre as comportas do céu; que fecha a boca dos leões e ressuscita os mortos.

O nosso Deus é o Deus encarnado, o Deus feito homem, ungido pelo Espírito Santo para evangelizar, curar e libertar. É o Deus que deu vista aos cegos, voz aos mudos, audição aos surdos. É o Deus que fez paralíticos andar, limpou leprosos, ressuscitou mortos. É o Deus que triunfou na cruz sobre o diabo e suas hostes, venceu a morte, derrotou o pecado, levou cativo o cativeiro e desbaratou o inferno.

O nosso Deus é o Deus dos apóstolos, o Deus dos milagres. O Deus que reveste a igreja de poder e faz maravilhas ainda hoje.

O nosso Deus é exaltado acima dos querubins. É Deus conosco, Deus em nós e por nós. É Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Não podemos pôr limites em Deus. O poder de Deus está além de nossa compreensão. Não podemos determinar a ação de Deus. Ele é livre e soberano. Não podemos engavetar o tempo dos prodígios divinos nos amarelecidos arquivos da história da igreja.

Deus não está dormindo, também não está de férias. Não envelheceu nem tampouco se aposentou. Ele está no trono, reinando.

(…)A Bíblia diz que somos o sal da terra, a luz do mundo. Somos eleitos de Deus, chamados com santa vocação, regenerados, justificados, convertidos, santificados para a glorificação. Somos lavados no sangue de Jesus e purificados de todo o pecado. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, coerdeiros com Cristo. Somos sacerdotes reais, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus. Somos a menina dos olhos de Deus, a igreja do Deus vivo. Somos o corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro, as pedras vivas do santuário, a habitação permanente do Espírito. Somos um povo santo, fiel, amado, guardado e selado pelo Espírito Santo para o dia da redenção. Somos servos de Deus, cooperadores com Deus, embaixadores em nome de Deus, ministros da nova aliança, cidadãos do céu. Somos um com Jesus, um só espírito com o Senhor. Estamos em Cristo, mortos com ele, ressuscitados com ele e com ele assentados nas regiões celestiais, acima de todo principado e potestade.

Diz o profeta Daniel que o povo que conhece o seu Deus é forte e ativo (Dn. 11:32). O povo que sabe quem é e o que tem em Jesus, não se sente inferiorizado e nem complexado. Ergue-se como os valentes de Gideão a tocar a trombeta de Deus e a declarar a sua vitória.

A igreja não pode ficar encavernada, achatada, tremendo de medo diante das portas do inferno. A igreja avança na força do Onipotente e despedaça os ferrolhos das portas do inferno e arranca do império das trevas, da potestade de Satanás e da casa do valente as vidas cativas, para o Reino da luz e da liberdade.

Igreja de Deus, nada de temor! Nada de pessimismo! Nada de derrota! Nada de fracasso! Nossa vitória é segura. Nosso destino é a glória.

Nosso Deus não é Deus de retrocessos e de derrotas. Ele é campeão invicto em todas as batalhas. É Deus de poder. E esse poder é nos dado pelo Espírito Santo. “…recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo…” (At. 1:8).”

(LOPES, Hernandes DiasAvivamento urgente; Ed. Betânia, 1994, pp.79-82)