Pela graça de Deus estamos chegando ao término de mais um ano e iniciando um novo ciclo. Compartilho alguns versículos para despertar seu coração para uma nova etapa:
“Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre” – Salmo 145.2
“Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele, e o mais ele fará.” – Salmo 37:5 (NAA)
“Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fique assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar.” – Josué 1:9 (NAA)
Que Deus possa renovar suas forças para um abençoado ano novo!
Soli Deo Gloria.
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Acabo de reler, depois de muitos anos, o clássico cristão “Morte na cidade” (Editora Cultura Cristã) escrito pelo pastor e teólogo americano Francis Schaeffer (1912-1984);Publicado pela primeira vez em 1969, como esse pequeno livro fala ainda hoje.
Schaeffer foi uma das grandes mentes cristãs do século XX, fundador do L’Abri na Suíça (tive a alegria em viisitar em 98 durante meus anos de seminário); autor cristão a ser lido e relido em nossos dias. A seguir compartilho um pequeno trecho do início desse profundo livro:
“(…) A igreja em nossa geração precisa de reforma, reavivamento e revolução construtiva.
Às vezes os homens pensam nas duas palavras – reforma e reavivamento – como se estivessem em contraste uma com a outra, mas isto é um erro. Ambas as palavras são relacionadas à palavra restaurar.
Reforma refere-se a uma restauração à doutrina pura; reavivamento refere-se a uma restauração na vida do cristão. Reforma fala de um retorno aos ensinos da Bíblia; reavivamento fala de uma vida levada à sua relação apropriada com o Espírito Santo.
Os grandes momentos da História da igreja vieram quando estas duas restaurações entraram simultaneamente em ação, de forma que a igreja voltou à doutrina pura e a vida dos cristãos na igreja conheceu o poder do Espírito Santo. Não pode haver reavivamento verdadeiro a menos que tenha havido reforma; e a reforma não é completa sem avivamento.
Tal combinação de reforma e reavivamento seria revolucionário em nossos dias – revolucionária em nossa vida individual como cristãos, revolucionária não somente na igreja liberal, mas também construtivamente revolucionária na igreja evangélica ortodoxa.
Que possamos ser aqueles que conhecem a realidade da reforma e do reavivamento, de forma que este mundo pobre e sombrio possa ter uma mostra de uma porção da igreja devolvida tanto à doutrina pura quanto à vida cheia do Espírito.”
(SCHAEFFER, Francis A.; Morte na cidade: a mensagem à cultura e à igreja que deram as costas a Deus; Editora Cultura Cristã; pp.8-9)
Citando aqui mais uma pequena reflexão de John Stott (1921-2011) em seu livro O Chamado Para Líderes Cristãos (Editora Cultura Cristã, 2018), ao falar sobre uma compreensão bíblica e saudável da igreja, a partir do texto de 1 Coríntios 3. Stott lembra que o apóstolo Paulo “desenvolve três imagens ou metáforas da igreja, cada uma possuindo importantes aplicações:
A primeira é uma metáfora agrícola: “lavoura de Deus… sois vós” (9b).
A segunda é uma metáfora arquitetônica: ” edifício de Deus sois vós” (9c).
A terceira é uma metáfora eclesiástica: ” sois santuário de Deus” (16).
(…) Devemos nos lembrar sempre que a igreja é o santuário de Deus. Ela pode (segundo a nossa perspectiva) ser formada por pessoas sem instrução, pecadoras e sem atrativos. A congregação pode ser pequena e (como a igreja de Corinto) ser imatura e facciosa. Contudo, ela é a igreja de Deus (1:2), o local em que seu Espírito habita, e precisa ser tratada como tal.
(…) notamos o perfil tríplice e, de fato, trinitário, que Paulo confere à igreja, o que minimiza o papel dos seres humanos, especialmente dos líderes. O que mais importa sobre a igreja, Paulo insiste, é que como lavoura de Deus, ele mesmo provoca o seu crescimento; como edifício de Deus, Jesus Cristo é o seu único fundamento, e como santuário de Deus é o local em que o Espírito Santo habita. Essa é a visão abrangente do apóstolo em relação à igreja. Ela deve sua existência e seu crescimento a Deus Pai. É construída sobre o fundamento do Deus Filho. É habitada pelo Deus Espírito Santo. É uma comunidade única e trinitária. Não há no mundo nenhuma outra comunidade que, ainda que remotamente, se assemelhe à igreja.”
(STOTT, John, O chamado para líderes cristãos, ECC, 2ª ed., 2018, pp.62, 68)
Em seu livro O Chamado Para Líderes Cristãos (Editora Cultura Cristã, 2018), John Stott no terceiro capítulo faz um reflexão no texto do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 2:6-16 onde destaca a grande ênfase sobre a pessoa e o ministério do Espírito Santo e no seu papel de ensinar. Separo aqui um pequeno trecho para encorajá-lo na leitura desse pequeno grande livro:
“Consideramos o papel de ensino do Espírito Santo em quatro estágios – busca, revelação, inspiração e instrução. Primeiro, ele perscruta as profundezas de Deus e conhece os pensamentos de Deus e é, portanto, qualificado de forma única para o seu papel de ensino. Segundo, ele revelou as suas descobertas aos apóstolos e a outros autores bíblicos. Terceiro, ele comunicou essas coisas a outros, por intermédio dos autores bíblicos e o fez por meio de palavras escolhidas por ele. Quarto, ele instruiu a mente dos leitores bíblicos, para que possam discernir o que ele revelou para os autores bíblicos e por intermédio deles. E continua esse trabalho de instrução nos dias de hoje.
Assim, precisamos nos humilhar, tanto diante da Palavra como do Espírito. Nós ainda temos que estudar a Palavra, ponderar sobre seu significado e aplicação, mas também precisamos clamar ao Espírito por instrução. A oração humilde e o estudo diligente precisam estar combinados. Um mensageiro celestial disse a Daniel: ´Desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras…´ (Dn. 10:12). Do mesmo modo, Paulo escreveu a Timóteo: ´Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas´ (2 Tm. 2:7). Nós ponderamos; ele nos instrui. Pois a Palavra permanece letra morta até que o Espírito lhe dê vida.
Relógio de Sol em Natal, RN (Brasil).
Charles Simeon, de Cambridge, usou um relógio de sol como analogia para ilustrar esse aspecto. Se consultarmos o relógio num dia cinzento, quando o sol não está brilhando, não poderemos saber as horas. O relógio tem somente figuras; não há mensagem alguma. Mas quando o sol aparece e ilumina o relógio, imediatamente o ponteiro marca e nós podemos saber as horas.
Do mesmo modo, se lermos as Escrituras num dia cinzento, quando há nuvens entre Deus e nós, o livro mostrará apenas papel e letras; não há mensagem alguma. Mas quando as nuvens se levantam e sol aparece, a luz do Espírito brilha nas páginas impressas e na nossa mente, e Deus fala por intermédio de sua Palavra.
A Palavra e o Espírito formam uma unidade. Não devemos separar o que Deus uniu.”
(STOTT, John, O chamado para líderes cristãos, ECC, 2ª ed., 2018, pp.55-56)