Reflexões sobre o Reino de Deus (parte 3 de 3)

“Jesus ensinou frequentemente por meio de parábolas, e o tema primário das parábolas era o reino de Deus. Muitas das parábolas começaram com “o reino de Deus é semelhante…” As parábolas deixam claro que o reino tem um caráter progressivo. O reino começou pequeno, mas com o passar do tempo começou a se expandir e continuará a crescer até que envolva todas as coisas. Jesus disse que o reino é semelhante a uma semente de mostarda, a menor das sementes (Mt 13.31-32; Mc 4.30-32; Lc 13.18-19). Ele também ligou o reino ao fermento, que se espalha pela massa para que esta cresça (Mt 13.33; Lc 13.20-21). O Antigo Testamento profetizava que o reino seria uma pedra cortada sem o uso de mãos, que se tornaria uma grande montanha (Dn 2.35).

Jesus também deixou claro que nós, como seus discípulos, devemos buscar o reino. Ele disse: “Buscai… em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). A prioridade da vida cristã, de acordo com Jesus, é buscar o reino. A palavra grega traduzida por “em primeiro lugar” é prōtos. A palavra significa mais do que o primeiro numa série; significa primeiro em ordem de importância. De acordo com Jesus, buscar o reino é a tarefa mais importante da vida cristã.

Cristo reina agora como o Cordeiro que é digno de receber o reino de Deus. Esse reino começou e está crescendo, mas não será consumado até que Cristo venha no fim da história humana, para subjugar todos os reinos. Naquele tempo, o reino, que agora é invisível, se tornará visível. Mas, embora o reino seja invisível agora, não é irreal. Na consumação, haverá uma renovação completa da ordem criada como a conhecemos, e Cristo estabelecerá seu reino em toda a sua glória para sempre.”

(SPROUL, R. C.. Somos todos teólogos: uma introdução à teologia sistemática (pp. 436-438). Editora Fiel (www.editorafiel.com.br). Edição do Kindle)

Reflexões sobre o Reino de Deus (parte 2 de 3)

“João veio primeiramente com sua advertência da proximidade radical do reino. Depois, Jesus veio anunciando a presença do reino. Isto foi seguido pelo ápice de sua obra redentora na ascensão, quando ele deixou a terra para ir à sua coroação, na qual Deus o declarou Rei. Quando Jesus estava no Monte das Oliveiras, pronto para partir, seus discípulos lhe perguntaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6). Eles haviam esperado que Jesus agisse, expulsasse os romanos e estabelecesse o reino, mas Jesus respondeu: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (vv. 7-8).

Na resposta à pergunta deles sobre o reino, Jesus deu a missão fundamental da igreja. Os homens estariam cegos para a mensagem do reinado de Jesus; por isso, os discípulos receberam a tarefa de torná-lo visível. A tarefa fundamental da igreja é dar testemunho do reino de Deus. Nosso Rei reina agora. Portanto, colocar o reino de Deus totalmente no futuro é ignorar um dos ensinos mais importantes do Novo Testamento. Nosso Rei veio e inaugurou o reino de Deus. O aspecto futuro do reino é sua consumação final.”

(SPROUL, R. C.. Somos todos teólogos: uma introdução à teologia sistemática; pp. 435-436, Editora Fiel)

Reflexões sobre o Reino de Deus – parte 1 de 3

“Quando os discípulos de Jesus lhe pediram que os ensinasse a orar, ele lhes deu uma oração modelo, a Oração do Pai Nosso (Mt 6.9-13). Como parte dessa oração, Jesus os instruiu a pedir: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (v. 10). Nestas palavras, Jesus estabeleceu uma prioridade para o povo de Deus orar pela vinda do reino.

A questão é se o reino pelo qual oramos já está sendo manifesto ou ainda está para ser revelado. Isto é uma questão de debate na comunidade cristã e é importante por causa da importância central, na Escritura, do conceito do reino. Em seu livro O Reino de Deus, John Bright, erudito em Antigo Testamento, disse que o reino é o tema que une o Antigo Testamento ao Novo Testamento. No Antigo Testamento, Deus começou a prometer um reino futuro em que sua soberania seria universal e eterna. Todavia, esta promessa não era uma negação do reino soberano de Deus sobre o universo agora. Deus tem reinado desde o momento em que criou todas as coisas. Ao contrário, a promessa tem a ver com a submissão voluntária de todas as criaturas. No presente, o reino deste mundo, sobre o qual Deus tem reinado desde o momento de criação, está fundamentalmente em rebelião contra o seu Rei.

A promessa no Antigo Testamento era a de um reino universal e eterno. É universal não no sentido de que todos serão redimidos, mas de que todos obedecerão. Alguns obedecerão voluntariamente; eles dobrarão os joelhos em devoção sincera. Outros serão forçados à submissão. Virá um dia em que pessoas de todas as nações se submeterão ao Rei ungido de Deus, o Messias.”

(SPROUL, R. C.. Somos todos teólogos: uma introdução à teologia sistemática; pp. 433-434, Editora Fiel)