No centro do universo: um relacionamento

Estou lendo o livro “Experiencing the Trinity” (Regent College Publishing, 2002), escrito por Darrell Johson, professor de teologia pastoral no Regent College (Vancouver, Canadá), foi pastor da Primeira Igreja Batista em Vancouver. Darrell é um querido irmão, pastor e mentor que mesmo a distância e não tendo o privilégio de conhece-lo pessoalmente, mas por meio de seus livros e mensagens disponíveis online, me abençoa, inspira e encoraja ricamente na caminhada em Cristo.

Compartilhando algumas de suas reflexões:

“‘No centro do universo está um relacionamento’. Essa é a verdade mais fundamental que eu conheço. No centro do universo está uma comunidade. É desse relacionamento que você e eu fomos criados e redimidos. E é para esse relacionamento que você e eu fomos criados e redimidos. (…) Acontece que a comunidade é uma Trindade. O centro da realidade é Pai, Filho e Espírito Santo .” (p.37).

“É porque fomos criados à imagem da Trindade que a solidão é tão esmagadora, que relacionamentos rompidos são tão debilitantes, que a morte é tão dolorosa. A falta ou perda de relacionamento viola nossa natureza essencial, criada para refletir a essência relacional de Deus .” (p.52-53).

“A palavra grega baptizo significa imergir, mergulhar dentro e abaixo, ser inundado e encharcado. Ser batizado no Nome Trinitário é ser imerso não apenas na água, mas na própria realidade do Nome! privilégio de entrar e participar da comunidade trinitária de amor! Você percebe isso? Quando dizemos ‘sim’ a Jesus como Salvador e Senhor, estamos imersos no amor e na vida de Deus Pai; e somos imersos na graça e verdade de Deus Filho; e somos imersos no poder e pureza de Deus Espírito”. (pág. 54).

“O Deus vivo não é um Deus solitário. O Deus vivo não é um Deus isolado. Desde toda a eternidade o Deus vivo viveu em relacionamento – de fato, viveu como relacionamento. No centro do universo está o relacionamento. Deus vivo tem sido comunidade, família. Desde toda a eternidade o Deus vivo se agradou infinitamente como Pai, Filho e Espírito Santo”. (pág. 61)

(JOHNSON, Darrell W. Experiencing the Trinity. Regent College Publishig, 2002)

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I am reading the book “Experiencing the Trinity” (Regent College Publishing, 2022), by Darrell Johson, associate professor of Pastoral Theology at Regent College in Vancouver, he was the senior pastor of First Baptist Church in Vancouver (Canada). Darrell is a dear brother, pastor and mentor though his books and messages available online, even though I have never met him yet, I am truly blessed, inspired and encouraged in my journey in Chrisht.

Just sharing some of his thoughts:

“´At the center of the universe is a relationship´. That is the most fundamental truth I know. At the center of the universe is a community. It is out of that relationship that you and I were created and redeemed. And it is for that relationship that you and I were created and redeemed. And it turns out that there is a three-fold-ness to that relationship. It turns out that the community is a Trinity. The center of reality is Father, Son and Holy Spirit.” (p.37).

“It is because we are created in the image of the Trinity that loneliness is so crushing, that broken relationships are so debilitating, that death is so painful. Lack or loss of relationship violates our essential nature, created to reflect the relational essence of God.” (p.52-53).

“The greek word baptizo means to immerse, to plunge in and beneath, to be inundated and drenched. To be baptized in the Trinitarian Name is to be immersed not just in water but in the very reality of the Name! We are given the unspeakable privilege of entering into and participating in the Trinitarian community of love! Do you realize that? When we say ´yes´ to Jesus as Savior and Lord, we are immersed into the love and life of God the Father; and are immersed into the grace and truth of God the Son; and we are immersed into the power and purity of God the Spirit.” (p.54).

“The living God is not a solitary God. The living God is not an isolated God. From all eternity the living God has lived in relationship – indeed, has lived as relationship. At the center of the universe is relationship. From all eternity the living God has been community, family. From all eternity the living God has been infinitely pleased as Father, Son and Holy Spirit.” (p.61)

(JOHNSON, Darrell W. Experiencing the Trinity. Regent College Publishing, 2002)

O que é graça?

O teólogo e escritor britânico J. I. Packer (1926-2020), autor do clássico cristão “O conhecimento de Deus” (1973), responde à pergunta:

“O que é graça? No Novo Testamento graça significa o amor de Deus agindo em favor dos homens que merecem exatamente o oposto desse amor. Graça significa Deus movendo céus e terras para salvar os pecadores que não poderiam erguer um dedo sequer para a sua salvação. Graça significa Deus enviando seu único Filho para descer ao inferno na cruz, para que os culpados pudessem ser reconciliados com Deus e recebidos no céu. ´Aquele que não conheceu pecado (Deus) ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus´ (2 Co. 5:21).”

(…) “A graça é Deus conduzindo os pecadores, cada vez para mais perto de Si.”

PACKER, J. I. O Conhecimento de Deus. Editora Mundo Cristão, p.231

Picos ou vales

“(…) quer estejamos andando pelos picos mais altos da alegria e sucesso ou afundando nos vales mais baixos da dor e fracasso, os cristãos podem sempre cantar: “Louvado seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos nos abençoou nas regiões celestiais com todas as bençãos espirituais em Cristo”!”

“(…) whether we are riding on the highest peaks of joy and success or sinking in the lowest troughs of pain and failure, Christians can always sing: “Praise be to the God and Father of our Lord Jesus Christ, who has blessed us in the heavenly realms with every spiritual blessing in Christ”!”

Richard Coekin, in: “Ephesians For You”; The Good Book Company. Edição do Kindle.

Não um quadro na parede, mas uma janela

Estou lendo o livro do pastor John Piper, “Uma glória peculiar: como a Bíblia se revela completamente verdadeira” (Editora Fiel, 2017). É um livro que destaca de maneira profunda, mas sensível, sobre a glória de Deus revelada nas Escrituras. É o primeiro volume de uma trilogia: o segundo volume, Lendo a Bíblia de modo sobrenatural: provendo e vendo a glória de Deus nas Escrituras (2018); e o terceiro volume, Exultação Expositiva: a pregação cristã como adoração (2019). Destaco a seguir um pequeno trecho:

“A Bíblia nunca foi semelhante a um quadro exposto em um museu que eu visse de uma ou de outra maneira. Em vez disso, a Bíblia era como uma janela. Ou como um binóculo. Minha visão da Bíblia sempre foi uma visão por meio da Bíblia. Portanto, quando digo que, ao longo da vida, minha visão se tornou cada vez mais clara, mais brilhante e mais profunda, estou dizendo que a realidade vista por meio da Bíblia se tornou cada vez mais clara, mais brilhante e mais profunda. Mais clara, quando os contornos se tornavam menos indistintos, e eu podia ver como as coisas se harmonizavam, em vez de obscurecerem umas às outras. Mais brilhante, quando a beleza e o impacto de toda a mensagem ficavam cada vez mais atraentes. E mais profunda, no sentido de perspectiva de profundidade – suponho que os fotógrafos diriam ´profundida de campo´. Coisas estendidas para a eternidade, com implicações admiráveis – tanto em direção ao passado como ao futuro. Isso poderia ser resumido pela expressão a glória de Deus. Isso era o que eu estava vendo.

Isso era o que estava mudando para eu enfrentar os desafios. Não era um esforço intelectual. Ver não é um esforço como pensar. Apenas acontece. Talvez precisemos esforçar-nos para chegar à beira do Grand Canyon, mas, quando chegamos lá, ver não representa um trabalho. Precisamos viajar até os Alpes ou o Himalaia, mas, quando chegamos lá, ver não é um esforço. É dado a nós.

Eu fiz meu andar e meu viajar. Isso é o que a educação faz. Mas não fiz o meu próprio ver. E essa é a razão pela qual digo que não foi como se eu estivesse sustentando minha visão da Bíblia, mas, ao contrário, era a visão que estava me sustentando. Em outras palavras, Deus estava me sustentando por tornar a visão sobremodo atraente. Se você ficar na beira do Grand Canyon, ou fizer rafting descendo o rio Colorado, no interior do cânion (como eu fiz no verão de 2012), é correto dizer-lhe que você será sustentado pela visão, a contemplação, a vista. Isso era o que a Bíblia estava fazendo por mim. Estava me sustentando. Não era eu que a estava sustentando.”

(John Piper, in: “Uma glória peculiar: como a Bíblia se revela completamente verdadeira”; Ed. Fiel, pp.35-36)

A necessidade de entendimento: Efésios, uma epístola para hoje

No primeiro domingo de março de 2022, iniciamos em nossa comunidade uma série de mensagens baseada na carta do apóstolo Paulo aos Efésios. Compartilhei com a igreja que o pastor galês, Dr. Martyn Lloyd-Jones, pregou cerca de 260 mensagens para cobrir os 6 capítulos desta carta, aos domingos pela manhã na igreja Westminster Chapel, em Londres, entre os anos de 1954 a 1962. Essa série está disponível em 8 volumes publicados em português pela Editora PES (Publicações Evangélicas Selecionadas). Na preparação da mensagem, me dei de presente o privilégio de ouvir um áudio com rev. Dr. Lloyd-Jones pregando o primeiro sermão desta série no domingo de 03 de outubro de 1954 – disponível no site MLJ Trust, onde você pode acessar 232 mensagens em áudio desta série e um total aproximado de 1.600 de seus sermões para ouvir gratuitamente. Ele diz na introdução de sua mensagem:

“Ao abordarmos esta Epístola, confesso francamente que o faço com considerável arrojo. É muito difícil falar dela de maneira comedida por causa da sua grandeza e da sua sublimidade. Muitos tentaram descrevê-la. Um escritor a descreveu como ´a coroa e clímax da teologia paulina´. Outro disse que ela é ´a destilada essência da religião cristã, o mais autorizado e o mais consumado compêndio da nossa santa fé cristã´. Que linguagem! E de maneira nenhuma exagerada.

Longe de mim querer competir com os que assim tem procurado descrever esta Epístola, mas me parece que qualquer descrição geral que dela se faça deve observar de modo especial certas palavras que lhe são características, e que o apóstolo usa mais vezes nela, talvez, do que em qualquer outra Epístola. O apóstolo fica maravilhado ante o mistério, as glórias e as riquezas do método de redenção de Deus em Cristo. Como eu mostrarei, estas são as palavras que ele usa com muita frequência – a glória disso, o mistério e as riquezas do método de redenção de Deus em Cristo!

Outra maneira pela qual se pode expor a característica peculiar desta grande Epístola é mostrar que esta é uma carta na qual o apóstolo olha para a salvação cristã da vantajosa posição dos ´lugares celestiais´. Em todas as suas Epístolas ele expõe e explica o caminho da salvação; ele trata de doutrinas específicas, e de discussões ou controvérsias que tinham surgido nas igrejas. Mas o peculiar traço e caraterística da Epístola aos Efésios é que aqui o apóstolo parece estar como ele mesmo diz, nos ´lugares celestiais´, e dessa posição especial ele está contemplando o grandioso panorama da salvação e da redenção. O resultado é que nesta Epístola há muito pouca controvérsia; e isso porque o seu grande interesse foi dar aos Efésios, e a outros aos quais a carta é dirigida, uma visão panorâmica desta maravilhosa e gloriosa obra de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor.

Da Epístola aos Romanos Lutero diz: ´ela é o documento mais importante do Novo Testamento, o evangelho em sua expressão mais pura´, e em muitos aspectos eu concordo que não existe exposição mais pura e mais clara do evangelho do que na Epístola aos Romanos. Aceitando isso como certo, eu me aventuro a acrescentar que, se a Epístola aos Romanos é a expressão mais pura do evangelho, a Epístola aos Efésios é a expressão mais sublime e mais majestosa dele. Aqui o ponto de vista é mais amplo e maior. Há declarações e passagens nesta Epístola que realmente frustram qualquer tentativa de descrição. O grande apóstolo empilha epíteto sobre epíteto, adjetivo sobre adjetivo, e ainda assim não consegue expressar-se adequadamente. Há passagens no capítulo primeiro, e outras no capítulo 3, especialmente mais para o fim dele, em que o apóstolo é transportado acima e além de si próprio, e se perde e se abandona numa explosão de adoração, louvor e ação de graças. Reitero, pois, que em toda a extensão das Escrituras não há nada que seja mais sublime do que esta Epístola aos Efésios.” (LLOYD-JONES, D.M. O supremo propósito de Deus; PES; pp.11-12).

Uma última citação, nessa mensagem de introdução a essa Epístola, Dr. Lloyd-Jones comenta sobre os grandes temas que encontramos em Efésios:

“…Permita-me fazer um sumário deles, de maneira simples e prática. Por que estou chamando a sua atenção para tudo isso? É porque estou profundamente convencido de que a nossa maior necessidade é conhecer estas verdades. Todos nós precisamos rever esta gloriosa revelação, e livrar-nos da nossa mórbida preocupação com nós mesmos. Se apenas nos víssemos como somos retratados nessa Epístola; se apenas nos apercebêssemos, como o apóstolo o expressa em sua oração nos versículos 17-19, de que devemos saber ´qual seja a esperança da nossa vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder´, que diferença isso faria! Acaso você é um cristão acabrunhado, infeliz, achando que a luta é demais para você? Você está a ponto de ceder e desistir? O que você necessita é conhecer o poder que está operando vigorosamente por você, o mesmo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos. Se tão-somente soubéssemos o que significa sermos ´cheios de toda a plenitude de Deus´, deixaríamos de ser fracos e de afligir-nos, deixaríamos de apresentar um quadro tão lamentável da vida cristã aos que vivem conosco e ao redor de nós. O que necessitamos primordialmente não é uma experiência, é, sim, compreender o que somos e quem somos, o que Deus em Cristo fez e como Ele nos abençoou. Não nos apercebemos dos nossos privilégios.

A nossa maior necessidade ainda é a necessidade de entendimento. A nossa oração por nós mesmos deve ser a oração que o apóstolo fez por aquelas pessoas, que ´os olhos do (nosso) entendimento´ sejam ´iluminados´. É disso que precisamos. Nesta Epístola ´as abundantes riquezas´ da graça de Deus são expostas diante de nós. Vejamo-las, tomemos posse delas e desfrutemo-las. Acima de tudo, e especialmente numa época como esta, quão vital é que tenhamos um novo e robusto entendimento do grande plano e propósito de Deus para o mundo. Com conferências internacionais sendo realizadas quase na soleira da nossa porta, com todo o mundo perguntando qual será o futuro e quais serão as consequências dos nossos problemas atuais, com os homens perplexos e desanimados, quão privilegiados somos, por podermos pôr-nos de pé e olhar esta revelação, e ver o plano e o propósito de Deus por trás e além disso tudo. Plano e propósito que não serão realizados por meio de estadistas, mas por meio de pessoas como nós. O mundo ignora isto e dá risada e zomba; no entanto, com o apóstolo, nós sabemos com certeza que ´todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e… todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro´ foi posto debaixo dos pés de Cristo. O Senhor Jesus Cristo foi rejeitado por este mundo quando Ele veio, os homens O repudiaram como ´a um qualquer´, um ´carpinteiro´; contudo Ele era o Filho de Deus e o Salvador do mundo, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, Aquele diante de quem se dobrará ´todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra´ (Filipenses 2:10). Graças sejam dadas a Deus pelo glorioso evangelho de Jesus Cristo, e pelas ´riquezas da sua graça´!” (LLOYD-JONES, D.M. O supremo propósito de Deus; PES; pp.20-21).

Gostaria apenas de lembrá-lo que Lloyd-Jones estava aqui pregando em 1954, mas como o seu texto ainda é atual, ainda necessitamos de entendimento, essa Epístola ainda fala hoje.

A mensagem de Efésios – a nova sociedade de Deus

A partir deste domingo (06/3, 10h30) iniciaremos com toda Comuna Batista – http://www.comunabatista.com.br – uma nova caminhada aprendendo com a carta de Paulo aos Efésios.

Prepare seu coração – leia um capítulo por dia durante as próximas semanas; são apenas 6 capítulos. Outra sugestão, quero te encorajar a separar 20 minutos (pouco mais ou menos, mas sem pressa em sua leitura) no próximo sábado ou domingo, invista esse tempo para ler toda a carta. Deus irá falar ao seu (e ao meu) coração!

Participe conosco – Rua Pirassunnga 151, Valparaíso, S. André (transmissão pelo Youtube: http://www.youtube.com/comunabatista )